De acordo com o Valor Econômico, o Brasil enfrenta um aumento significativo no número de empresas em recuperação judicial, com uma alta de 10,5% no segundo trimestre de 2024 em comparação ao mesmo período de 2023. Até o final de junho, 4.223 empresas estavam negociando dívidas na Justiça, o maior número registrado desde o início dos dados em 2023. Fatores como a alta taxa Selic, que está em 10,5% ao ano, e o vencimento de dívidas acumuladas durante a pandemia contribuíram para essa situação, levando empresas como Odebrecht Engenharia e Construção e Polishop a buscar a recuperação judicial. Embora o número de novas entradas tenha diminuído em relação a trimestres anteriores, a quantidade total ainda é expressiva, e o perfil das dívidas geralmente envolve endividamento com instituições financeiras.
A expectativa é de que 2024 bata recordes nesse sentido, com 1.014 pedidos de recuperação judicial em junho, um aumento de 71% em relação ao mesmo mês do ano passado. Especialistas apontam que mudanças jurídicas implementadas em 2020, como a cautelar antecedente e o financiamento DIP, começaram a amadurecer e atraem mais interesse por parte dos empresários. Apesar do aumento no número de empresas em recuperação, a proporção de empresas afetadas ainda é considerada baixa, com 1,84 a cada mil corporações no país. As perspectivas de melhoria dependem da redução da Selic e de um planejamento estratégico interno eficaz por parte das empresas, que precisam abordar suas causas raízes para evitar o agravamento de suas situações financeiras.