Os follow-ons ganharam tração no mercado brasileiro na reta final do primeiro semestre e se aproximam do total negociado em todo o ano passado, mostram números da Comissão de Valores Mobiliados (CVM) e B3, compilados pelo InfoMoney.
De janeiro a 14 de julho, 13 ofertas subsequentes de ações movimentaram R$ 22,3 bilhões, ou 92,8% do total negociado em todo o ano passado, de R$ 24 bilhões — o dado exclui da conta a privatização da Eletrobras (ELET6), em que o governo utilizou o expediente do follow-on para efetivar a desestatização. No ano passado, foram 18 operações, também desconsiderando o caso de Eletrobras.
Entre os destaques das negociações, ficam empresas ligadas ao consumo. Lidera a lista BRF (BRFS3), com R$ 5,4 bilhões captados no mercado, em uma oferta encerrada na última quinta-feira (13). Na sequência, vem a Localiza (RENT3), que levantou R$ 4,5 bilhões. O top 3 é ocupado pelos R$ 4 bilhões negociados em uma oferta secundária da Assaí (ASAI3) para viabilizar a saída do Casino do negócio.
Chama atenção a mudança de perfil de operações no decorrer do ano. No começo de 2023, as primeiras operações se voltaram para recuperar a estrutura de capital de empresas muito alavancadas, casos de CVC (CVCB3), Dasa (DASA3) e Hapvida (HAPV3).
Nas últimas semanas, empresas de capital intensivo começaram a captar para chegar com o caixa reforçado para “surfar” a tese de queda dos juros, casos das construtoras Direcional (DIRR3) e MRV (MRVE3), que, juntas, captaram pouco mais de R$ 1,4 bilhão.